Diego Pablo Simeone, conhecido também como Cholo, nasceu em 28 de abril de 1970. Foi um jogador de força física e muita raça. Às vezes, sobrava uma cotovelada aqui e ali. Os mais jovens talvez não se lembrem dele em campo, mas sim à beira dele, especialmente no comando de um Atlético de Madrid guerreiro e vencedor. A cara do técnico, que hoje completa 50 anos de vida? Com certeza. Talvez um termo que o defina seja "intenso".
Cholo começou atuando no Vélez, ou por Pisa-ITA, Sevilla, Atlético de Madrid (duas vezes), Inter de Milão, Lazio e Racing, onde se aposentou e começou a carreira como treinador, em 2006. Foram três Copas do Mundo com a camisa da seleção argentina, 1994, 1998 e 2002. O roteiro Argentina-Itália-Espanha se repetiu na nova profissão: Estudiantes, River Plate, San Lorenzo, Catania, Racing e, finalmente, Atlético de Madrid, clube que é a sua cara desde 23 de dezembro de 2011.
A razão do sucesso de Simeone parece ser simples: o jogador é o foco. Claro que ele cobra e exige muito dos seus comandados, mas exalta como poucos os seus atletas. Ganha confiança de todos que trabalham com ele. A química parece ser perfeita.
Os torcedores do Atlético que o digam, já que os títulos voltaram a fazer parte da rotina do time: 1 Copa do Rei (2013), 1 LaLiga e 1 Supercopa da Espanha (2014), além de 2 Europa League e 2 Supercopas da Europa (2012 e 2018). A bola também bateu na trave, com os vices da Champions League em 2014 e 2016, e também de LaLiga (2017-2018 e 2018-2019). Ufa!
"Ele voltou ao ado, recuperou a essência do time e a transformou em uma missão vital. E, quanto à genética e ao estilo, não teve dúvidas: defesa, contra-ataque, força de guerreiros e paixão. O Atlético, ao longo de sua história, teve e tem jogadores habilidosos, de grande classe e talento, mas a força do time nunca foi o futebol bonito, nem um balé geométrico, vistoso e ofensivo." Rubén Uria, um dos jornalistas espanhóis que melhor sabe definir o espírito colchonero, em 2016
Em entrevistas exclusivas para a ESPN, ele itiu que gostava mais de ser jogador. Como técnico, fala que sonha em comandar a seleção argentina, mas no momento certo. E já revelou que gostaria muito de trabalhar no futebol brasileiro.
Quem é Simeone? Saiba mais nas palavras do próprio Cholo e de quem trabalhou com ele em mais de três décadas de futebol:
Como construir um time vencedor? 4w2j5t
"Sempre comentei que com trabalho e confiança no que se faz, tudo se pode. Mas ao mesmo tempo, é também mostrar que se pode ganhar de maneiras diferentes. No futebol há várias maneiras de ganhar. E os treinadores que vão atrás de apenas uma ideia, se esquecem do mais importante, que são os jogadores. Então, se eu tenho uma ideia de jogar de uma determinada maneira e tenho um elenco que não se encaixa nesse jeito de jogar, por suas características, então estou indo contra o jogo. O importante são os jogadores. Nós ganhamos mostrando que, no futebol, há formas diferentes. Nos últimos dez anos, o Barcelona foi uma luz para todos que gostam de futebol, pela forma com que jogou em todas as competições; o Real Madrid sempre foi competitivo com sua característica... E nós mostramos um pouco de tudo, uma mistura da história do Atlético, um time de contra-ataques, que joga bem, que tem boa bola parada, combativo, agressivo, intenso, que defende bem... E acho que isso nos deu a chance de chegarmos onde estamos." Simeone, em entrevista à ESPN Brasil antes da final da Champions League em 2014
Mais satisfação como técnico ou como jogador? c5w4m
"Como jogador. E porque eu jogava. A própria palavra diz. Quando você é treinador, você treina, não joga. E jogadores jogam. E isso eu gosto muito mais. Claro que ser treinador é o que eu escolhi e o que se relaciona com prazer é o momento que a equipe executa o que eu sinto. Quando joga no campo, é o que eu sinto. Mais do que ganhar ou perder. Acho que o que representa a equipe quando você está fora e vê seu reflexo, em qualquer situação, é a parte de um pouco de prazer que temos como treinador." Simeone, em entrevista à ESPN em agosto de 2019
Argentina??? 2q1is
"Eu sempre digo, e sempre disse: é um sonho. Mas não é o momento. (...) Eu observo treinadores como Del Bosque, Aragonés e outros técnicos que tiveram experiência e tranquilidade para só então chegarem à seleção, que é um lugar diferente de um clube. Pela paixão, pelo sentimento e por tudo que já ei na seleção, eu gostaria de dirigi-la amanhã. Mas sei que não é meu momento. Hoje estou bem trabalhando no dia a dia, e tomara que, quando for um pouco mais velho, tenha essa oportunidade de chegar com a tranquilidade e a experiência que o cargo pede." Simeone, em entrevista à ESPN Brasil antes da final da Champions League em 2014
Brasil??? 5k5t1r
"E vou te contar uma coisa: faz anos que tenho pensado na situação de ser técnico no Brasil. Algum dia eu gostaria trabalhar lá: vejo o talento que eles têm, o futebol que têm, jogadores que jogam em estádios lotados... Então, te digo sem dúvidas: um dia eu gostaria de ser treinador no Brasil." Simeone, em entrevista à ESPN Brasil antes da final da Champions League em 2014
Simeone, o técnico em campo 505c4w
"O Simeone, mesmo dentro da equipe, mesmo dentro de um jogo, ele conseguia, mesmo sendo jogador ainda, ele mudava o sistema de jogo da equipe duas ou três vezes, tamanha era a perspicácia de enxergar o jogo. Na Inter de Milão, nós jogávamos praticamente para o Ronaldo, todo mundo em marcação individual, e o Ronaldo sozinho. Ele começava a mudar a equipe. Winter, vai mais par ao lado esquerdo, Djorkaeff, vem mais para o meio..." Zé Elias, comentarista da ESPN, que jogou ao lado de Simeone na Inter de Milão, em 2014
"Na minha carreira de 16 anos de futebol, foi o único jogador que em todos os domingos, nos primeiros três meses, 80 mil pessoas vaiavam o Simeone na Inter de Milão. Depois, no restante, todo mundo levantava e aplaudia. A personalidade desse jogador, e como pessoa, é o retrato do Atlético de Madrid. Força, luta, entrega... O que o Simeone era em campo hoje ele é como treinador." Zé Elias, comentarista da ESPN, que jogou ao lado de Simeone na Inter de Milão, em 2014
"Professor" Simeone 1i4t14
"O papo dele antes do jogo é bastante tático. Fala de aspectos do adversário e de como neutralizar as armas do rival." Miranda, zagueiro brasileiro que foi comandado por Simeone no Atlético de Madrid, em 2016
"Simeone é um líder. As conversas dele com o time impressionam. Ele te motiva de uma maneira, que você sai do vestiário querendo fazer o máximo possível para vencer." Griezmann, atacante francês que foi comandado por Simeone no Atlético de Madrid, em 2016
"Ele sempre sabe o que dizer em cada momento, e isso é o mais difícil para um treinador. Ele sabe de que tipo de mensagem o time precisa. E nós acreditamos até a morte no que ele nos diz." Godín, zagueiro uruguaio que foi comandado por Simeone no Atlético de Madrid, em 2016